quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Uma mulher na Reforma Protestante

Marie Dentière (Tournai, 1495 – Genebra, 1561), também conhecida como Marie d'Ennetieres, foi uma teóloga e reformadora protestante belga. Teve um papel ativo na reforma religiosa e política de Genebra, especialmente no fechamento de conventos e pregando junto a João Calvino e Guilheme Farel. Seu segundo marido, Antônio Froment, também foi um ativo reformador. Além disso, seus trabalhos em favor da Reforma e seus escritos são considerados uma defesa da perspectiva feminina em um mundo que passava por rápidas e drásticas transformações em pouco tempo. É de sua autoria uma das frases mais importantes da época: “Passei muito tempo na escuridão da hipocrisia. Somente Deus foi capaz de fazer-me enxergar minha condição e conduzir-me à luz verdadeira”. Seu segundo marido, Antoine Froment, também foi um ativo reformador.

A maior parte dos primeiros anos de vida de Marie Dentière não é conhecida. Nasceu em uma família relativamente abastada e ingressou bem jovem em um convento agostiniano. Foi eleita abadessa, mas, devido às pregações de Martinho Lutero contra a vida monástica, abandonou sua posição e uniu-se à Reforma. Fugiu para Estrasburgo para escapar da perseguição. Esta cidade prontamente se converteu em um conhecido refúgio dos protestantes da época.

Durante sua estadia em Estrasburgo casou-se em 1528 com Simão Roberto, um jovem ministro, com quem teria dois filhos. Ele faleceu em 1533, cinco anos após o casamento. Viúva, casou-se com Antônio Froment, também pregador, que acompanhava a Guilherme Farel em Genebra. A pregação pública de Marie Dentière irritou Farel e Calvino, provocando uma forte discussão entre os três reformadores.

A pregação de Marie Dentière destaca a importância de reformar as crenças religiosas da época, mas também a necessidade de ampliar o papel das mulheres na religião. Para Marie Dentière, as mulheres e os homens estão igualmente qualificados para interpretas as Sagradas Escrituras e os aspectos práticos da fé.

Na Genebra de 1536, devido à bem-sucedida rebelião contra o Duque de Savóia e o arcebispo, Marie Dentière compôs “A guerra e a libertação da cidade de Genebra”, publicado anonimamente. O escrito chamava os genebrinos a unirem-se à Reforma.

Em 1539, Dentiére escreveu uma carta aberta a Margarita de Navarra, irmã do Rei da França, Francisco I, intitulada Espistre tres utile (O título completo em português é "Epístola muito útil, escrita y composta por uma mulher cristã de Tournay, enviada ao Reino de Navarra, irmã do Rei da França, contra os turcos, judeus, infiéis, falsos cristãos, anabatistas e luteranos"). Na carta, ela incitava a expulsão do clero católico da França e criticava a estupidez dos protestantes que obrigaram a Calvino e Farel a abandonar Genebra. A carta foi rapidamente proibida por seu teor abertamente subversivo.

Apesar da qualidade de seus escritos teológicos, Marie Dentière sofreu perseguição e incompreensão tanto por parte das autoridades católicas como pelos próprios reformadores genebrinos, que impediram a publicação de qualquer texto escrito por uma mulher na cidade durante o resto do século XVI.

Em 3 de novembro de 2002 seu nome foi gravado no Monumento Internacional da Reforma, em Genebra, por sua contribuição à história e à teologia da Reforma, tornando-se a primeira mulher a receber tal reconhecimento.

Fonte: Wikipedia


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/imagens/marie-dentiere.html#ixzz1axv9WGDI Informe autores, tradutores, editora, links de retorno e fonte. Não é autorizado o uso comercial deste conteúdo. Não edite ou modifique o conteúdo. Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

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