sábado, 1 de outubro de 2011

Sobre o uso do termo "Religião" entre protestantes


Por ‎Armando Marcos 

Hoje em dia, o termo “religião” é muito mau visto e utilizado, entre incrédulos e crentes: a seguir apenas algumas considerações sobre o uso do termo, e considerando o verdadeiro e legitimo uso pelos cristãos.

1º Jesus é a única religião verdadeira no sentido pleno

Os antigos puritanos, reformadores, etc, costumavam distinguir em seus escritos e tratados claramente entre a religião verdadeira e a religião falsa: é comum ler, por exemplo, obras de Calvino e de Bunyan, principalmente nas suas alegorias, onde aparece claramente essa distinção. No século 16, o papismo era sempre atacado como a religião falsa que usurpava o nome de cristianismo, e as outras religiões (normalmente os antitrinitarianos, turcos e índios) os legitimamente trilhando o caminho da falsa religião aberta.

Hoje em dia o termo religião é visto de forma negativa, mas se avaliarmos corretamente, ele somente é aplicado verdadeiramente no cristianismo em Cristo.

Religião, o termo, segundo o Wikipédia, significa do latim: religare, religação com o divino, só que sempre teve a ideia de forma de espiritualidade, à parte do "secular": na própria página do Wikipédia diz após a definição:

é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os valores morais.

No caso do cristianismo, é sim isso, mas MUITO alem disso! Pois a ordem é invertida e mal vista: e alem, principalmente nos sec. 19 e 20, é visto para muitos como "a busca do homem de se religar a Deus": e a religião verdadeira é JUSTAMENTE o contrário! Só Jesus é que religa o homem caído a Deus, só pelo caminho de Cristo, que é o próprio Cristo, que seguimos a essência da palavra religião! (João 14:6)

Voltando ao sentido histórico, a religião verdadeira é aquela única em que Cristo é o caminho, e a única que segue os preceitos de Cristo acima dos humanos: e nesse sentido, é o contrário da praxis do Catolicismo romano, que colocou a opinião de Pais da Igreja, concílios e da votalidade da tradição oral como caminhos da verdadeira religião

2º Tiago define a verdadeira religião

Em Tiago 1:26-27 diz Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.”

Isso tem tudo haver com a prática coerente com a religião verdadeira: demonstra uma mudança de coração, o coração regenerado por Cristo pelo poder do Espírito (João3) o amor ao próximo e se afastar do que o mundo nos oferece que nos contamina (1 João 2) : lógico que não somos ainda perfeito como seremos depois, na Glória em Cristo, mas isso não exclui a teologia correta da prática da religião verdadeira. Em suma, a declaração de Tiago não contradiz as explanações de Paulo, Pedro e Cristo mesmo, por exemplo. Porem, não é desculpa para o desleixo.

3º A religiosidade é formalista: é mesmo?

Hoje em dia, o termo religiosidade tomou a forma de algo ruim e formal: os maiores exemplos nesse sentido são os fariseus e saduceus, e depois com os séculos aqueles praticantes de ritos que não condizem com a realidade bíblica e com a coerência entre fé e obras (professa uma coisa e pratica outra.)

Sim, nesse sentido, sempre houve a há religiosidade, mas essa é uma falsa religiosidade: a verdadeira religiosidade tem a ver com o comprometimento da verdade na prática de boas obras que glorifiquem a Deus em amor: não pode-se sobrepor uma sobre a outra : não podemos valorizar demais a ortodoxia que não se preocupa com a vida prática, e nem desprezar a teologia e fé baseada na revelação de Deus, a Bíblia, por sobre essa

 4º Hoje em dia o argumento "da falsa religião" é usado de forma descontrolada

Muitos hoje em dia, assim que contestados sobre alguma prática nova ou novidade religiosa e interpretativa, logo recorrem ao argumento da religiosidade como argumento de defesa e de ataque: porem, como já dito antes, ele não pode ser usado a torto e a direito, pois é contra o uso e definição do cristianismo, bem como contrária até mesmo a história clássica protestante

5º uma reposta a uma possível contrapelação

Alguém pode argumentar com o fato de Paulo ter dito "Sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu "(Atos 26:5)

Em relação a isso, pode-se afirmar exatamente que a religião de Paulo, a farisaica, no sentido do termo em si, era uma falsa religião, pois de acordo com vários princípios, se baseava:

a) Em falso zelo (Romanos 10:2)
b) No judaísmo caduco depois Cristo (pois em Cristo a as promessas são cumpridas e os sacrifícios expiatórios sem mais necessidade, pelo cumprimento em Cristo)
c) No apreço por obras como garantia e direito da salvação (Efésio 2:9)
d) Pela falta de amor e falta do conhecimento de Cristo e de sua salvação (no sentido espiritual e escrituristico, pois ele certamente soube da crucificação de Cristo)

Conclusão 
Com isso, espero mostrar que o uso do termo religião pelos protestantes deve ser mais bem avaliado. Muito mais pode ser desenvolvido sobre esse ponto, mas no momento é uma breve explanação: não tenho a intenção de com isso afirmar o formalismo e a falsa cristandade de ninguém! Busque a Cristo, Olhes para Cristo, e ele lhe vivificará e assim você edificará sobre a pedra, e não sobre a areia (em que todas as falsas religiões estão alicerçadas)

FONTE utilizada: Wikipédia

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