Hoje em dia a preservação
ambiental está em grande evidência, isso por que o homem começou a perceber que
ele depende e muito do planeta para manter-se vivo e destruí-lo já não é um bom
negocio em longo prazo.
Desmatamento, poluição,
destruição da camada de ozônio, aquecimento global, escassez de agua potável
estão dentre os temas mais comentados em todo o mundo. Grupos de defesa do meio
ambiente têm se levantando a todo o momento, e o grande questionamento é: “É possível suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das
futuras gerações?” É possível ter desenvolvimento sustentável?
Sabemos que os índices
populacionais estão em crescente, temos cada vez mais gente nascendo - principalmente em áreas pobres e menos desenvolvidas do planeta - e a
expectativa de vida aumentando visivelmente, a ciência tem andado a passos
largos em muita coisa e atualmente - em teoria - conseguiríamos suprir toda a
demanda de comida e água que a população mundial precisa. E no futuro, se
apenas continuarmos destruindo sem uma mentalidade de preservação isso ainda
será possível?
Do ponto de vista teológico,
eu como um Cristão devo me importar com a natureza? O que Deus acha disso? O
que sua palavra nos diz a cerca da natureza e da preservação do meio ambiente?
Será que os Cristãos realmente se importam com o planeta?
Esse assunto gera muitas
perguntas, mas permitam-me iniciar com a resposta da última que fiz: Não! A
maioria esmagadora dos Cristãos não se importam e não estão querendo saber sobre
o futuro, aliás, para a maioria deles quanto pior ficar, melhor será!
É de uma ignorância doentia
o estado que a igreja vive atualmente. Inerte, hipócrita, humanista e antropocêntrica
e milhares de outros adjetivos que prefiro não relatar. Muito de tudo isso se
deve ao fato de que os Cristãos não conhecem de Deus, falta-lhes o conhecimento
de sua vontade. Vivemos num século onde a Igreja optou em tirar o trono de
Cristo e colocar Satanás em seu lugar.
A mentalidade é a seguinte:
Cristo não reina, ele é apenas um “cabeça” fictício, e quando reina atua
exclusivamente em uma espécie de reinado espiritual, já que na terra ele não
tem vez. E a Igreja que vive em mundo totalmente longe da soberania de Deus,
entregue a demônios, o melhor que se tem a fazer é trancar-se dentro de seus
muros eclesiásticos, como verdadeiros monges medievais.
Para esses grupos, não
interessa nada mais do que atividades para crentes, dentro de um mundinho
crente, onde não é necessário e nem cabível o interesse pela politica,
economia, ecologia, filosofia ou qualquer outro tema que promova alguma
esperança de um mundo melhor, pois simplesmente não haverá mundo melhor.
Inconscientemente eles mataram
o coração e a essência das missões, aniquilaram a transformação de culturas, costumes
e da própria sociedade por conta de sua visão de reino/futuro. Vivem como se a
salvação de almas fosse à única coisa que Deus ordenou, quando na verdade o que
Cristo fez naquela Cruz foi o inicio de um novo tempo. Tempo esse em que Cristo
reina material e espiritualmente onde possui todo o poder tanto na Terra quanto
nos Céus. Tempo que quando oramos “seja feita tua vontade assim na terra como
nos céus” não é um mero clichê de uma reza repetitiva.
Não é possível ser um Cristão
empenhado na causa de Deus e de suas ordenanças sem desejar a reconstrução de
um mundo segundo a vontade dEle. Não é possível se engajar na causa divina
tendo o pessimismo no lugar do Domínio de Cristo sobre todas as coisas.
Nas escrituras vemos claramente
que Deus é o rei e criador de tudo que existe, ele que tem o Domínio de tudo e
foi ele mesmo que na nova aliança colocou o Cordeiro acima de todo reino,
principado e potestade. Foi Deus quem ordenou ao homem para que: lavrasse e guardasse
a terra. Deus concedeu a Adão o domínio e o poder de guardar, lavrar e zelar de
toda obra criada. Isso é algo que não deve ser ignorado, por que tudo que se
volta contra as ordenanças de Deus é pecado.
Adão pecou como sabemos bem
e com isso Satanás assumiu o domínio antes dado à ele, a humanidade então
tornou-se impossibilitada de recuperar seu “status” por conta própria. Mas Deus
que é rico em misericórdia entrou novamente na história, se faz homem, morreu
numa cruz, e ressuscitou para um Reino de Poder e Vitória, como Jesus mesmo disse: “É me dado todo o poder no céu e na terra”. Jesus nos faz
juntamente com ele Reino e Sacerdotes para que novamente em posse de uma nova
chance, pela igreja em Cristo, o homem exerça o papel que perdeu no Éden.
Isso é um dever do homem
regenerado, zelar e cuidar das coisas de Deus. As escrituras chegam a dizer
que: “A natureza criada aguarda, com grande
expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados”. (Rm 8:19). E para
que ela aguarda? Para que estes a destruam? Não! Mas para que estes cumpram o
que Deus determinou a Adão no Éden!
Vemos que: “Ela (a natureza) foi submetida à futilidade, não pela
sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na
esperança de que a própria natureza criada será
libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa
liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até
agora, como em dores de parto”. (Rm
8:20-22).
Isso é algo
que deve ser feito, Cristãos precisam fazer seu papel como herdeiros em Cristo
e libertar a natureza de sua escravidão, precisam zelar por todas as coisas
como é a vontade de Deus. Foi a natureza que sem culpa alguma foi amaldiçoada
por nossa conta e geme até “agora”, no entanto, sem perder as esperanças, ela
aguarda que os filhos de Deus tomem partido. Para isso é preciso que a Igreja volte
a compreender quem é, e o que deve fazer, deixando a ideologia do fracasso para
trás e reassumindo seu papel como o único candeeiro capaz de iluminar e
transformar o mundo.
O que fazer
para preservar? Atitudes simples como reciclar seu lixo, desligar a torneira
quando se está lavando as mãos ou escovando os dentes, deligar o chuveiro para
passarmos shampoo e afins, uso racional de sacolas plásticas, uso racional de
copos descartáveis e toalhas de papel, apagar as luzes ao sair de lugares, em
fim, milhares de pequenas atitudes que como essas podem fazer do amanhã um
lugar melhor para se viver.
Precisamos
lutar como Cristãos não só para que sua cidade tenha esgoto tratado ou que o IBAMA
faça o que tem de ser feito, mas lutar principalmente para que nossas Leis se
submetam a vontade daquele que tudo criou, por que somente através dessa
mudança teremos um mundo muito mais justo e melhor para essa e todas as
gerações futuras.
A
preservação ambiental ainda vai ser palco de vários debates mundiais, o
desenvolvimento sustentável precisa ser uma realidade e espero que não venha
pela dor, mas pela conscientização do mundo em preservar o que é sua obrigação
como seres humanos criados por Deus. Clamo a Deus que permita que Cristãos
encabecem esse debate, que não fiquem alheios e inertes como de costume em
todos os assuntos extramuros de igreja, mas possam fazer a diferença como
herdeiros em Cristo. Que não seja necessário o caos, a dor e a escassez para um
repensar ecológico, mas que façamos hoje as mudanças necessárias se quisermos
sonhar com dias melhores.
Atila
Calumby.
Nenhum comentário:
Postar um comentário