segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Os Salmos e o Reino de Cristo.



Os Salmos e o de Reino de Cristo


Átila Calumby



O livro dos Salmos contém verdades extraordinárias, principalmente a cerca do Messias que haveria de vir. Este foi um dos livros mais usados por Jesus em seus ensinos e além de abordar uma diversidade de temas ainda trata com precisão a questão do Reino e do Domínio de Cristo sobre a terra.


Já no inicio do livro, o Salmo 02 fala o seguinte:


"Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte". Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade. Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro". Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra. Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!


Comentando a cerca disso o escritor de Hebreus fala o seguinte:


... mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.  O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa... ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, tornando-se tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao deles. Pois a qual dos anjos Deus alguma vez disse: "Tu és meu Filho; eu hoje te gerei"? E outra vez: "Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho"? E ainda, quando Deus introduz o Primogênito no mundo, diz: "Todos os anjos de Deus o adorem".  Quanto aos anjos, ele diz: "Ele faz dos seus anjos ventos, e dos seus servos, clarões reluzentes". Mas a respeito do Filho, diz: "O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino.


O que é perceptível nos dois textos, tanto de forma profética nos Salmos, quanto de forma concreta em Hebreus é que Deus constitui o seu filho Jesus Cristo como Rei de todas as coisas. Isso é visto novamente em Hebreus como em I Coríntios.


... Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos e o coroaste de glória e de honra; tudo sujeitaste debaixo dos seus pés". Ao lhe sujeitar todas as coisas, nada deixou que não lhe estivesse sujeito... Em I Co diz: Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que "tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo.  Quando, porém, tudo lhe estiver sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos.


Paulo trata de algo comum no Salmo 02 que é a sujeição de tudo ao Messias, antes e também como um sinal do final dos tempos. Ele recebeu as nações por herança, recebeu o poder e o domínio sobre tudo, e reinará até que tudo esteja de acordo com sua vontade.


Por isso em Mateus 24 Jesus enfatiza que o Evangelho do Reino será pregado a todas as nações antes do fim. Por que Cristo assumiu um Reino em Caos e progressivamente o organizará pela força do Evangelho, até o dia do Fim, onde finalmente o entregará a Deus com todos os inimigos vencidos. Por isso Jesus é enfático no inicio da resposta a seus discípulos nesse capitulo em dizer: “Cuidado, que ninguém os engane.” E inicia a resposta pelos sinais que não seriam o fim. Ele fala de falsos Cristos, guerras, pestes, fome, falso profetas, iniquidade, contudo sempre lembrando: “mas ainda não é o fim”. E nesse caso permita-me ser redundante: Não se enganem, por que este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.


O próprio Cristo ordena a grande comissão como inicio dessa era missionaria, sempre frisando seu poder e autoridade: “aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".


Essa autoridade precede a ordenação da grande comissão. E é justamente através da loucura da pregação que as nações serão conquistadas pela ação do evangelho. Aquela pequena semente de mostarda, em meio ao caos, progredirá até o tempo da ordem, em que se tornará a maior das hortaliças.


O Salmo 08 reafirma: Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste: Todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares.


É impossível ler tais coisas e não perceber que as profecias do Domínio de Cristo são claras e reais. Nunca foi uma gnose espiritual, mas algo que se concretizará no tempo e no espaço. O Salmo 22 fala justamente disso: “Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele,  pois do Senhor é o reino; ele governa as nações.”


Para o Salmista o Rei não atua apenas sobre a Igreja, mas sobre as nações, ao ponto delas se prostrarem ao Rei.


As Profecias nos Salmos são claras: ... Não se aborreça por causa dos homens maus e não tenha inveja dos perversos; pois como o capim logo secarão, como a relva verde logo murcharão... Pois os maus serão eliminados, mas os que esperam no Senhor receberão a terra por herança.  Um pouco de tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que os procure, não serão encontrados. Mas os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar... Mas os ímpios perecerão; Os inimigos do Senhor murcharão como a beleza dos campos; desvanecerão como fumaça... os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre. (Salmo 37)


Precisamos como crentes fiéis a Deus crer em suas promessas. Mesmo que aos nossos olhos tudo pareça desabar. Sabemos que Deus pode mudar todas as coisas, e sua palavra não pode falhar. E se a Bíblia diz que Ele reinará até que o Reino de Deus seja estabelecido, logo assim será. E é nisso que temos que colocar a nossa fé. Ou isso ocorrerá como dizem as escrituras ou a Bíblia é uma falácia.


Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo. "Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra. "  (Salmo 46)


Batam palmas, vocês, todos os povos; aclamem a Deus com cantos de alegria. Pois o Senhor Altíssimo é temível, é o grande Rei sobre toda a terra!  Ele subjugou as nações ao nosso poder, os povos colocou debaixo de nossos pés, e escolheu para nós a nossa herança, o orgulho de Jacó, a quem amou. Deus subiu em meio a gritos de alegria; o Senhor, em meio ao som de trombetas. Ofereçam música a Deus, cantem louvores! Ofereçam música ao nosso Rei, cantem louvores!  Pois Deus é o rei de toda a terra; cantem louvores com harmonia e arte. Deus reina sobre as nações; Deus está assentado em seu santo trono. Os soberanos das nações se juntam ao povo do Deus de Abraão, pois os governantes da terra pertencem a Deus; ele é soberanamente exaltado. (Salmo 47)


Pois o mundo é meu, e tudo o que nele existe (Salmo 50:12b)


Exultem e cantem de alegria as nações, pois governas os povos com justiça e guias as nações na terra. (Salmo 67:4)


Floresçam os justos nos dias do rei, e haja grande prosperidade enquanto durar a lua. Governe ele de mar a mar e desde o rio Eufrates até os confins da terra. Inclinem-se diante dele as tribos do deserto, e os seus inimigos lambam o pó. Que os reis de Társis e das regiões litorâneas lhe tragam tributo; os reis de Sabá e de Sebá lhe ofereçam presentes. Inclinem-se diante dele todos os reis, e sirvam-no todas as nações. (Salmo 72)


Destruirei o poder de todos os ímpios, mas o poder dos justos aumentará. (Salmo 75)


Todas as nações que tu formaste virão e te adorarão, Senhor, glorificarão o teu nome. (Salmo 86)


Voltará a haver justiça nos julgamentos, e todos os retos de coração a seguirão. (Salmo 94)


O Senhor disse ao meu Senhor: "Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés".  O Senhor estenderá o cetro de teu poder desde Sião, e dominarás sobre os teus inimigos! (Salmo 110)


O cetro dos ímpios não prevalecerá sobre a terra dada aos justos, se assim fosse, até os justos praticariam a injustiça.  (Salmo 125)


Todos os reis da terra te renderão graças, Senhor, pois saberão das tuas promessas.  Celebrarão os feitos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor! (Salmo 138)


Quantas provas mais os crentes precisarão ver pra se renderem a promessa do Senhorio de Cristo e perceberem que Deus pode trazer vida a um vale de ossos secos quando lhe apraz?


É senso comum entre os Reformados de linha presbiteriana que já vivemos no milênio (alegórico), período que foi inaugurado com a ressurreição de Cristo, inicio do Reino Messiânico. Cremos que Satanás está “em correntes” com poder reduzido. Será que nem assim Cristo poderá vencer o mal? A verdadeira resposta é que Cristo venceu. E querem eles queiram ou não o evangelho conquistará cada canto desse planeta, de mar a mar ele reinará, e as nações se curvarão a ele.


Finalizo com duas frases para reflexão:


“Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é meu!” ( Abraham Kuyper)


“Nossa Doutrina, porém, sublime acima de toda glória do mundo, invicta acima de todo poder, importa que seja enaltecida, pois não é nossa, mas do Deus vivo e de seu Cristo, a quem o Pai constituiu Rei, para que Domine de mar a mar e desde os rios até os confins do orbe das Terras (Sl 72:8; 72:7). E De tal forma, em verdade, deve ele imperar, que, percutida só pela vara de sua boca, a TERRA toda, com seu poder de ferro e bronze, com seu resplendor de ouro e prata, ele a despedaçará como se outra coisa não fosse senão diminutos vasos de oleiro, na exata medida em que os profetas vaticinam acerca da magnificência de seu REINO (Dn 2.32-35; Is 11.4; Sl 2.9)” (João Calvino).



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sobre a Épica Heresia de Rob Bell – John MacArthur


John MacArthur

Ninguém nas Escrituras tinha mais a dizer sobre o inferno do que Jesus. Nenhum mensageiro inflexível de condenação, nenhum profeta inflamado do Antigo Testamento, nenhum escritor imprecatório de salmos e nenhum apóstolo entusiasmado (incluindo os irmãos Boanerges) – nem mesmo todos eles juntos – mencionaram o inferno com mais frequência ou o descreveram em termos mais assuntadores do que Jesus.
E o inferno sobre o qual Jesus falou não era meramente alguma ordem terrena, algum estado da mente, ou uma prisão ou purgatório temporário. Jesus descreveu o inferno como um “lugar de tormento” no após vida (Lc 16.28) – lugar onde “o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43), “onde seu verme não morre e o fogo não se apaga” (v. 48). É um lugar onde há “pranto e ranger de dentes” (Mt 25.30) – lugar de “tormento eterno” (v. 46).
Ele vê a idéia sobre o inferno moralmente repugnante a acredita que seja essa uma das principais razões “porque muitas pessoas não se interessam pela fé Cristã.” Ele ridiculariza a idéia de que a justiça divina exige punição eterna para pecadores sem arrependimento. Em direta oposição ao que o próprio Jesus ensinou em Mateus 25.46, Rob Bell insinua que seria uma indecente atrocidade cósmica se o destino dos réprobos é eterna no mesmo sentido que as bênçãos do céu ao redimido também.
A noção de Bell sobre o pecado parece ser que seu principal mal consiste ao dano que causa ao pecador ao invés da ofensa que causa a retidão do Deus Todo-poderoso. Sua concepção de “justiça” torna a punição ao pecado completamente opcional. Sua idéia de misericórdia falsamente admite uma falsa promessa de indulgência automática e uma segunda chance após a morte a pessoas já inclinadas a desprezar a clemência divina de qualquer maneira.
O Deus de Rob Bell claramente não precisa ser temido. Tudo isso se levanta em direta e deliberada contradição a tudo que Jesus sempre ensinou sobre pecado, justiça e julgamento. Por assim colocando suas próprias idéias contra a mensagem de Jesus, Bell torna inevitavelmente claro que ele “advoga uma doutrina diferente e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6.3). Ele está errado – terrivelmente errado – em questionar a justiça de Deus e suportar uma falsa esperança aos incrédulos. Ele é, como temos visto desde o começo dessa série, um exemplo de um falso professor que secretamente introduz heresias destrutivas (2 Pd 2.1).
Isso precisa ser dito dolorosa e enfáticamente.
O quão sério é a heresia de Rob Bell? Não é simplesmente ele rejeitar o que Jesus ensinou sobre o inferno; Rob Bell rejeita o Deus das Escrituras. Ele denigre da idéia de uma vingança divina contra o pecado (Rm 12.9). Ele não pode suportar o claro significado de textos como Hebreus 12.29: “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Não existe lugar, em suas idéias, para a descrição bíblica do retorno irascível de Cristo com exército de anjos: “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, como labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem  ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Ts 1.7-8). Toda a mensagem de Rob Bell é uma manifesta contradição às palavras de Jesus em Lucas 12.5: “Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.”
Rob Bell não terá nada disso. Ele, então, tenta eliminar a autoridade e clareza das Escrituras para que possa reinventar um deus que seja mais do seu gosto. Esse é o pecado de todos os pecados; o pecado da serpente. Como tentador de Eva, Bell está sutil, mas inegavelmente fomentando rebelião contra o Deus verdadeiro. Ele sugere que ele é melhor – mais alegre, mais gentil, mais tolerante, mais suave – que o Deus que tem se revelado nas Escrituras. Ele, então, despreza a palavra revelada de Deus e torna suas próprias reflexões o padrão inviolável.


Tradução: Erick Lima

FONTE: Blog AmeCristo 

40 razões para ser parte de uma igreja local


Por Jesse Johnson

É possível viver uma vida cristã fiel sem ser parte fiel de uma igreja local? Já escutei que muitas pessoas usam o argumento de que sim, é possível, sobretudo se não existem boas igrejas próximas. Não estou de acordo.

No mínimo, existem quarenta mandamentos diferentes no Novo Testamento para viver a vida, de certo modo, com outros crentes. Ainda que certamente é possível cumprir algumas dessas ordens com os cristãos em geral, o peso dessa lista deve convencer-lhe da necessidade de possuirmos relaciones continuas com outros crentes.

E essas relações são somente reforçadas pela comunhão da igreja local. De fato, considero que parte desta lista é simplesmente impossível de ser  cumprida se você não tem a classe de comunhão continua e cada vez maior com outros crentes que só vem através do ministério em uma igreja local:


  1. Estimular-nos uns aos outros ao amor e às boas obras (Hebreus 10:24)
  2. Confessai vossas ofensas uns aos outros (Tiago 5:16)
  3. Edificar-nos uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
  4. Ser de uma mesma mente que os outros (Romanos 12:13, 15:5)
  5. Animar uns aos outros à luz da morte (1 Tessalonicenses 4:18)
  6. Empregar seus dons espirituais no serviço aos outros (1 Pedro 4:10)
  7. Orar uns pelos outros (Tiago 5:16)
  8. Amar uns aos outros (Romanos 12:10)
  9. Estar em paz uns com os outros (Marcos 9:50)
  10. Animarem-se uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
  11. Saudar-vos uns aos outros (2 Coríntios 13:12)
  12. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. (Gálatas 5:26)
  13. Ser benignos com os outros (Efésios 4:32)
  14. Abundar em amor uns pelos outros (1 Pedro 1:22)
  15. Viver em paz uns com os outros (1 Tessalonicenses 5:13)
  16. Que nos amemos uns aos outros (2 João 5)
  17. Amai-vos ardentemente uns aos outros (1 Pedro 1:22)
  18. Ter comunhão uns com os outros (1 João 1:7)
  19. No julgar-nos uns aos outros (Romanos 14:13)
  20. Tomar a comunhão (a Ceia do Senhor) com os outros (1 Coríntios 11:33)
  21. Aceitar-nos uns aos outros (Romanos 15:7)
  22. Considerar aos demais como superiores a si mesmos (Filipenses 2:3)
  23. Carregar as cargas uns aos outros  (Gálatas 6:2)
  24. Exortando-os uns aos outros  (Romanos 15:14)
  25. Servir uns aos outros  (Gálatas 5:13)
  26. Não mintais uns aos outros  (Colossenses 3:9)
  27. Suportando-os uns aos outros  (Colossenses 3:13)
  28. Perdoar uns aos outros  (Colossenses 3:13)
  29. Ensinar e exortar uns aos outros  (Romanos 15:14)
  30. Cuidando dos outros (1 Coríntios12:25)
  31. Vestir-se com humildade para os demais (1 Pedro 5:5)
  32. Ser hospitaleiros uns para com os outros  (1 Pedro 4:9)
  33. No se queixar uns aos outros  (Tiago 5:9)
  34. Mostrar paciência uns aos outros  (Efésios 4:2)
  35. Falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19)
  36. Dar preferência uns aos outros  (Romanos 12:10)
  37. No morder e comer uns aos outros (Gálatas 5:15)
  38. Submetei-vos uns aos outros  (Efésios 5:21
  39. Buscar o bem dos outros (1 Tessalonicenses 5:15)
  40. No deixar de reunir-nos com os outros (Hebreus 10:25)

Esse último motivo leva toda a lista a um círculo. Se ser cristão não significa nada mais que tomar una decisão sobre Jesus Cristo, nada disso importa. Porem, se ser cristão significa entrar em um mundo que altere a vida, onde Deus deseja sua santificação e lhe concede os meios para crescer e os mandamentos a seguir, então é simplesmente impossível fazê-lo fora do contexto de uma igreja local.

Tradução: Armando Marcos, do blog
http://elevangeliosegunjesucristo.blogspot.com.br/2012/10/40-razones-para-ser-parte-de-una.html

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


 Liderança Bíblica
 Discípulo-Líder

Por: Átila Calumby

Muito se tem falado sobre liderança. Congressos e mais congressos tratam do referido tema de maneira sistemática, e geralmente, grandes mestres de AUTO-AJUDA tem se levantado como verdadeiros “Profetas” a ensinar o povo.

Isso é evidente quando vamos a qualquer livraria ou analisamos no jornal a lista dos livros mais vendidos dos últimos tempos. Sempre entres os best sellers existem os que tratam desse tema. Parece que no mundo as relações Patrão-Funcionário não andam tão bem. Mas e na Igreja, como deve ser? Como deve ser um líder na Igreja?

Ao Cristão às Escrituras!

Pois é, apesar de muita literatura mundana, a verdade é que são nas Escrituras, a única fonte da verdade e do saber, que encontraremos o papel e os atributos de um verdadeiro líder do evangelho. Afinal todo cristão é um servo e também um líder, um discípulo e necessariamente um discipulador. Você já se questionou sobre isso? Qual o seu papel como discípulo de Cristo?

Vamos trabalhar vários textos essa noite e tentar extrair o máximo de ensino de cada um, já que o tempo é curto, e o máximo que aprendermos aqui, será de grande utilidade.

TEXTO: (Mateus 28:18-20)
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".

Pronto! Se você queria um bom motivo pra ser um líder, você acabou de arrumar. Jesus, o Deus encarnado, DETERMINOU o IDE! Vão e façam discípulos. Todo Cristão é responsável por isso, e deve trabalhar em prol do Reino de acordo com o que Deus lhe capacitou. Todo Cristão em algum momento deve exercer liderança. Não há desculpa!

O simples fato de você ser um Cristão já lhe compete ser Líder, pois o ser Cristão já implica em grandes responsabilidades que só um Discípulo de Cristo pode ter.

Por exemplo: (Mateus 5:13-16)

Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

Esse texto está no famoso sermão do monte onde Cristo está ensinado os princípios da Lei aos seus discípulos, e uma coisa chama a atenção. Ele faz um chamado à prática Cristã. Ele diz em outras palavras: Vocês tem que ser exemplos no mundo, ou seja, levar o tempero do Evangelho a toda Criatura e não só isso, mas viver para que as pessoas vejam o sabor em vocês mesmos. Vocês devem iluminar o mundo, com a luz que vem de Cristo, através do seu evangelho, e isso não é somente com palavras mas com vida, vocês devem ser como uma cidade sobre o monte, que na escuridão, os viajantes possam ver a luz que emana dela para seguirem o seu caminho.

Viver o Evangelho é papel de Líder, por que pessoas chegarão até vocês para saber de Deus e vocês precisam ser aptos a encaminha-los, ensinando-os a guardar tudo aquilo que ele (JESUS) ensinou. Não pensem que isso é responsabilidade do Pastor, ou da Denominação, NÃO! Essa responsabilidade é dos discípulos. É minha, É sua!

O Discípulo-Líder deve também levar as boas novas com palavras:

TEXTO: (1 Coríntios 1:21)

Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação.

Ou seja, a Pregação foi o meio que Deus escolheu para que as pessoas possam crer, e assim serem salvas.

Essa palavra Pregação no grego é kérugma, que significa proclamar, pregar, é algo inerente ao cumprimento da Grande Comissão. No entanto, isso não implica que essa proclamação deva ser somente nos púlpitos, obrigando o cristão a jogar a responsabilidade nas costas do Pastor. Para compreendermos melhor o tema vamos analisar a passagem de Atos 17:17 (De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam) esse texto mostra a diária “disputa” que o Apóstolo Paulo tinha na praça em Atenas. Essa palavra “disputava” no Grego é dialegomai que significa conversar, de onde vem também a palavra diálogo. Paulo não somente pregava nas praças públicas e sinagogas, mas conversava diariamente com as pessoas da cidade levando as boas novas do evangelho a qualquer um, vejam que essa é uma ótima maneira de compartilhar as verdades do Evangelho. Conversando com seus amigos, parentes e vizinhos assumindo assim a responsabilidade missionaria que nos compete.
O Discípulo-Líder deve ser SERVO e Humilde acima de tudo.

TEXTO: (João 13:3-5) e (João 13:12-15)
Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus e estava voltando para Deus; assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura. Depois disso, derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura. Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa e voltou ao seu lugar. Então lhes perguntou: "Vocês entendem o que lhes fiz? Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu o sou. Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.

TEXTO: (Mateus 20:25-28)

Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".
Todo Líder deve SERVIR.

O Principio da Liderança está na PRAXIS, ou seja, na PRATICA. Na Vida! Uma pessoa que se diz Líder, mas que não serve os outros está se auto enganando. É um luz apagada, é um tempero sem sabor.

A humildade entre irmãos é um grande virtude. Não se ache melhor do que ninguém! Jesus ensinou os discípulos a se tratarem como iguais. Veja que o Deus todo poderoso que ali estava presente, lavou os pés de seus discípulos, para ensiná-los essas coisas. E Nós temos “lavados” os pés de nossos irmãos? Ou seja, temos servido a todos com humildade ou deixado a soberba e arrogância e até mesmo o egoísmo nos dominar?

Para finalizar gostaria de trabalhar um último texto, porém apenas extraindo os Princípios Morais que todo Líder deve ter, mesmo não sendo um Presbítero, já que o texto fala de Presbíteros. Tenha isso como base, pois com certeza, ao observar essas características bíblicas, serás um grande Líder.

TEXTO: (1 Timóteo 3:1-7)
Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo.

Princípios e Valores que os Líderes devem ter:

- Irrepreensível (anepilémptos) - Que tem o sentido daquele que não foi reprovado (Não-Reprovado).

- Marido de uma só mulher – No sentido de Fiel, não Adúltero.

- Sóbrio (nēphalion) - No sentido de Vigilante, Equilibrado, Comedido.

- Prudente (sōphrona) – No sentido de auto-controle e domínio-próprio.

- Respeitável (kosmion) – No sentido de Ordeiro, Virtuoso, Decente.

- Hospitaleiro (philoxenon) – No sentido do que se alegra em receber bem, ama estrangeiros, estranhos.

- Apto para ensinar (didaktikos) – No sentido de saber ensinar, apto ao ensino. Essa palavra vem de didaktos, instruído, ensinado.

- Não deve ser apegado ao vinho (paroinon) – No sentido de bêbado, alcoólatra, dado ao vinho.

- Nem violento (pléktés) – No sentido de pessoa Briguenta. Pessoa Contenciosa. Que gosta de arrumar confusão.
- Mas sim amável, pacífico (epieikés e amachos) - Gentil, aquele que se abstém de brigar.
- Não apegado ao dinheiro (aphilarguron) – Que não ama o dinheiro, não avarento.

- Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? – Deve ter e ser a autoridade em casa.

- Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo. – Não pode ser um bebezinho na fé, que vive apenas de leite, contudo se achando o adulto! Isso para que não caia na soberba e na arrogância.

Conclusão:

Todo Cristão deve ser um modelo ao mundo. Não há isenção disso.

Todo Cristão deve exercer o seu papel de Líder que Cristo lhe conferiu.

Todo Cristão é um missionário 24horas por dia e noite. Vive e respira missão. Deve lembra-se que está aqui não para fazer a sua própria vontade, mas para cumprir a vontade daquele que o Salvou. Ele é embaixador, ou seja, representante de Cristo onde estiver. E é confiado nessa autoridade que tem a certeza da vitória.

Aprendemos aqui hoje, que o Líder deve antes de tudo ser Servo. E como Servo deve se submeter à vontade de seu Senhor. E, a vontade de Deus é que por onde quer que vocês estejam façam discípulos que façam ainda mais discípulos e assim sucessivamente.

Deve viver o evangelho ao ponto de temperar o mundo e iluminar o mundo.

Deve pregar o evangelho, para que pessoas escutem de Cristo e se arrependam de seus pecados. Deve ser Irrepreensível, Sóbrio, Fiel, Apto ao Ensino, Paciente, Não Contencioso (Briguento), Deve ser Experiente, Não deve ser Mundano, Bêbado e Afins. Deve ter bom testemunho não só dos de dentro como também dos de fora. Não deve ter soberba. Deve ter autoridade, em fim ser um Cristão!

Que Deus nos abençoe a todos...


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Revista “A Espada e a Espátula” nº5


Confiram o lançamento da revista bimestral de agosto -setembro de 2012 do Projeto Spurgeon e Projeto Ryle "A Espada e a Espátula ", (PARA BAIXAR O PDF, CLIQUE NA IMAGEM AO LADO) 

 Nessa edição, você confere com exclusividade o sermão inédito de J.C.Ryle "O Poder do Espirito Santo" na integra! E tambem, uma entrevista exclusiva com o presidente e moderador da Igreja Anglicana Reformada, Bispo Josep Rossello (alem de um artigo escrito por ele para esse edição. E com exclusividade, você lê nessa edição artigos exclusivos de Walter McAlister, Atila Calumby e Caio Andrade, e textos de Marcelo Lemos, Sara de Cerqueira, Philip Doddridge e Tim Conway na Conferência Fiel para Joves desse ano 

 A revista está com 13 Mbs, caso você tenha problemas para baixar a revista, tente baixar visualizar ela e baixar o PDF nesse link aqui

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Teologia do Pacto e os Sacramentos


por Atila Calumby

“Mas, uma vez que certos espíritos frenéticos excitaram graves perturbações na Igreja em nosso tempo por causa do pedobatismo, mesmo agora não deixam de produzir tumultos, nada posso fazer senão adicionar aqui um apêndice com o fim de coibir-lhes as fúrias...” (João Calvino)


Pois bem, parece que não foi somente nos tempos de Calvino que pessoas tem se levantado contra o verdadeiro entendimento dos sinais da aliança dada por Deus como estatuto perpétuo a Abraão e posteriormente a Moisés. E que permanecerão essencialmente e eternamente através do Novo testamento.

Tentarei fazer um breve resumo desta tão vasta doutrina, interligada a tantas e tantas outras, para que de uma forma bem simples possa ser entendida até pelos mais indoutos.

Não vou me ater ao período anterior a Abraão, até por que quanto mais extenso o texto, menos pessoas o lerão. E aqui começa nossa odisseia dentro do pacto da graça e seus símbolos em distintas dispensações.

Aprouve a Deus chamar um Homem, chamado Abrão e fazer com ele um Pacto, que serviria para ele e toda sua posteridade como estatuto perpétuo:

“... e falou Deus com ele, dizendo: Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas nações; E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto; E te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;
E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado.
E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. (Gênesis 17:3-11)

Antes de discorrer sobre tal doutrina, é importante que eu já abra um parêntese para dizer que da mesma maneira como o povo da circuncisão (os judeus) no antigo pacto eram conhecidos como Filhos de Abraão por manterem a aliança dada ao seu Pai. Assim também no Novo Pacto (não Novo no sentido de algo realmente iniciado do nada, mas no sentido de renovação, do grego kainós), Deus enxertou aos Filhos de Abraão os gentios, e deu a eles o direito de serem feitos coerdeiros da aliança filhos do novo pacto: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.” (Gálatas 3:7).

Logo, confiados em Deus e nas Escrituras, podemos dizer que somos filhos de Abraão tão quanto os Judeus no Antigo Pacto o eram.

Sabendo agora que pertencemos ao mesmo pacto que Abraão foi chamado, devemos manter-se cumprindo dentro desse RENOVADO Pacto os sinais de nossa Aliança com Deus, a saber, o Batismo que aponta exatamente para as mesmas coisas que a Circuncisão apontava no seio da antiga aliança.

Sabemos que o conceito de Sacramento, segundo nossa Teologia Reformada é: Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.” (CFW)

O Reformador John Knox sabiamente escreveu:

Assim como os patriarcas sob a Lei, além da realidade dos sacrifícios, tinham dois sacramentos principais, isto é, a circuncisão e a páscoa, e aqueles que os desprezavam e negligenciavam não eram contados entre o povo de Deus, assim nós também reconhecemos e confessamos que agora, na era do Evangelho, só temos dois sacramentos principais, instituídos por Cristo e ordenados para uso de todos os que desejam ser considerados membros de seu corpo, isto é, o Batismo e a Ceia ou Mesa do Senhor, também chamada popularmente Comunhão do seu Corpo e do seu Sangue.

John Knox afirma sabiamente o que é claramente é visto na Escritura que ambos os sacramentos, de forma comparativa, tanto a Circuncisão quanto a Pascoa apontam exatamente para as mesmas coisas que o Batismo e a Santa Ceia. Duas Grandes Ordenanças de Deus ao Povo, tanto do antigo pacto, como no Novo Pacto.

Um dos Pilares da Chamada Teologia do Pacto, é que pertencemos a mesma Igreja do Antigo Testamento, e que em ambos os momentos estamos sob a Graça de Deus. Outra coisa é que no Pacto Renovado (Novo- kainós), permaneceu toda a essência do antigo, sem, no entanto permanecer as formas, isso se da no culto, nos sacramentos e em outros aspectos.

Apesar da Renovação ter mudado a forma visível dos dois grandes sinais do antigo pacto como eu já disse o significado continuam os mesmos... (Me aterei apenas a questão do Batismo).

Muitos alegam que a Circuncisão no Novo testamento não aponta para o Batismo, pois a circuncisão do crente é dentro do Coração, mas esquecem de que a verdadeira circuncisão do Judeu dentro do antigo pacto também era dentro do Coração.

Moises diz: Tão-somente o SENHOR se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê. Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. (Deuteronômio 10:15-16).

É justamente isso que o Apostolo Paulo fala em Romanos: Mas é Judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; 
(Romanos 2:29)

Paulo (assim como Moisés) fala que a verdadeira circuncisão acontece no coração do Judeu. Isso indica que mesmo no tempo em que o sinal visível era a circuncisão na carne do prepúcio, ela não passava de um meio de Graça que indicava um sinal externo de uma graça interna. Assim como o Batismo aponta um sinal externo de uma graça interna, Por que verdadeiramente é batizado quem o é interiormente, aquele que foi lavado pelo sangue, mortificado com Cristo e Purificado de seus pecados.

Por isso o Apostolo Paulo é categórico em afirmar que nós gentios estamos também circuncisados por que fomos sepultados com Cristo pelo Batismo: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo;
Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. (Colossenses 2:11-12)

Mas isso gera a grande dúvida, mas se eles apontam para isso, não é necessário ter fé para participar? E as crianças? Porque as Batizamos então?

Oras, por que como disse bem Calvino:

“Quando o Senhor manda Abraão observar a circuncisão, ele prefacia que será o Deus dele e de sua semente, acrescentando que nele estavam a afluência e a suficiência de todas as coisas, para que Abraão tivesse consciência de que sua mão haveria de ser-lhe a fonte de todo bem [Gn 17.1-10];

E diz mais...

Os filhos dos judeus, sendo também feitos herdeiros desse pacto, uma vez que se distinguiam dos filhos dos ímpios eram chamados semente santa [Es 9.2; Is6.13]; pela mesma razão, ainda agora, os filhos dos cristãos são considerados santos, ainda que nascidos só de um genitor fiel; e, segundo o testemunho do Apóstolo [1Co 1.14], eles diferem da semente imunda dos idólatras.

Ora, quando o Senhor, imediatamente após ser firmado o pacto com Abraão, preceituou que nas crianças fosse assinalado um sacramento exterior [Gn 17.12], que justificativa, pois, podem os cristãos alegar para não atestarem e selarem hoje também em seus filhos?

O pacto é comum; comum é a razão de confirmá-lo. Só o modo de confirmar é diverso, porque àqueles era a circuncisão, a qual foi substituída pelo batismo. porque o sinal de Deus, comunicado à criança como um selo impresso, confirma a promessa dada ao pai piedoso e declara ter sido ratificado que o Senhor há de ser por Deus não só a ele, mas também à sua semente; nem quer que sua bondade e graça sejam acompanhadas não só por ele, mas ainda por sua posteridade até a milésima geração [Ex 20.6; Dt 5.19]. No qual primeiramente brilha a bondade de Deus para glorificar e enaltecer seu nome; e, segundo, para consolar ao homem fiel e dar-lhe maior ânimo para entregar-se totalmente a Deus, ao ver que não só se preocupa com ele, mas também com seus filhos e sua posteridade.

Com isso não há desculpa para a ausência dos filhos dos crentes no Batismo, pois são igualmente santos, como os filhos dos judeus eram santos, no antigo pacto.

Se deveras afirmamos que pertencemos à descendência de Abraão e que fomos incluídos a esse pacto, que somos corpo de Cristo e membros da mesma Igreja, negar todas essas verdades bíblicas é jogar todo o antigo pacto num dispensação morta que pra nada serve a não ser o que foi escrito diretamente sobre as paginas do Novo testamento.