Os Salmos e o de Reino de Cristo
Átila Calumby
O livro dos Salmos contém verdades extraordinárias,
principalmente a cerca do Messias que haveria de vir. Este foi um dos livros
mais usados por Jesus em seus ensinos e além de abordar uma diversidade de
temas ainda trata com precisão a questão do Reino e do Domínio de Cristo sobre
a terra.
Já no inicio do livro, o Salmo 02 fala o seguinte:
"Eu mesmo
estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte". Proclamarei o decreto
do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e te
darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade. Tu as
quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro".
Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra.
Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele
não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se
a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!
Comentando a cerca disso o escritor de Hebreus fala o
seguinte:
... mas nestes últimos
dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas
e por meio de quem fez o universo. O
Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser,
sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa... ele se assentou à
direita da Majestade nas alturas, tornando-se tão superior aos anjos quanto o
nome que herdou é superior ao deles. Pois a qual dos anjos Deus alguma vez
disse: "Tu és meu Filho; eu hoje te gerei"? E outra vez: "Eu
serei seu Pai, e ele será meu Filho"? E ainda, quando Deus introduz o
Primogênito no mundo, diz: "Todos os anjos de Deus o adorem". Quanto aos anjos, ele diz: "Ele faz dos
seus anjos ventos, e dos seus servos, clarões reluzentes". Mas a respeito
do Filho, diz: "O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de
eqüidade é o cetro do teu Reino.
O que é perceptível nos dois textos, tanto de forma profética
nos Salmos, quanto de forma concreta em Hebreus é que Deus constitui o seu
filho Jesus Cristo como Rei de todas as coisas. Isso é visto novamente em
Hebreus como em I Coríntios.
... Tu o fizeste um
pouco menor do que os anjos e o coroaste de glória e de honra; tudo sujeitaste
debaixo dos seus pés". Ao lhe sujeitar todas as coisas, nada deixou que
não lhe estivesse sujeito... Em I Co diz: Então virá o fim, quando ele entregar
o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e
poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam
postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque
ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que
"tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio
Deus, que tudo submeteu a Cristo.
Quando, porém, tudo lhe estiver sujeito, então o próprio Filho se
sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo
em todos.
Paulo trata de algo comum no Salmo 02 que é a sujeição de
tudo ao Messias, antes e também como um sinal do final dos tempos. Ele recebeu
as nações por herança, recebeu o poder e o domínio sobre tudo, e reinará até
que tudo esteja de acordo com sua vontade.
Por isso em Mateus 24 Jesus enfatiza que o Evangelho do Reino
será pregado a todas as nações antes do fim. Por que Cristo assumiu um Reino em
Caos e progressivamente o organizará pela força do Evangelho, até o dia do Fim,
onde finalmente o entregará a Deus com todos os inimigos vencidos. Por isso
Jesus é enfático no inicio da resposta a seus discípulos nesse capitulo em
dizer: “Cuidado, que ninguém os engane.”
E inicia a resposta pelos sinais que não seriam o fim. Ele fala de falsos Cristos,
guerras, pestes, fome, falso profetas, iniquidade, contudo sempre lembrando: “mas ainda não é o fim”. E nesse caso
permita-me ser redundante: Não se enganem, por que este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a
todas as nações, e então virá o fim.
O próprio Cristo ordena a grande comissão como inicio dessa
era missionaria, sempre frisando seu poder e autoridade: “aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu
e na terra. Portanto, vão e façam
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu
estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
Essa autoridade precede a ordenação da grande comissão. E é
justamente através da loucura da pregação que as nações serão conquistadas pela
ação do evangelho. Aquela pequena semente de mostarda, em meio ao caos,
progredirá até o tempo da ordem, em que se tornará a maior das hortaliças.
O Salmo 08 reafirma: Tu
o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de
honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo
puseste: Todos os rebanhos e manadas, e até os animais selvagens, as aves do
céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares.
É impossível ler tais coisas e não perceber que as profecias
do Domínio de Cristo são claras e reais. Nunca foi uma gnose espiritual, mas
algo que se concretizará no tempo e no espaço. O Salmo 22 fala justamente disso:
“Todos os confins da terra se lembrarão e
se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante
dele, pois do Senhor é o reino; ele
governa as nações.”
Para o Salmista o Rei não atua apenas sobre a Igreja, mas
sobre as nações, ao ponto delas se prostrarem ao Rei.
As Profecias nos Salmos são claras: ... Não se aborreça por causa dos homens maus e não tenha inveja dos
perversos; pois como o capim logo secarão, como a relva verde logo murcharão...
Pois os maus serão eliminados, mas os que esperam no Senhor receberão a terra
por herança. Um pouco de tempo, e os
ímpios não mais existirão; por mais que os procure, não serão encontrados. Mas
os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar... Mas
os ímpios perecerão; Os inimigos do Senhor murcharão como a beleza dos campos;
desvanecerão como fumaça... os justos herdarão a terra e nela habitarão para
sempre. (Salmo 37)
Precisamos como crentes fiéis a Deus crer em suas promessas.
Mesmo que aos nossos olhos tudo pareça desabar. Sabemos que Deus pode mudar
todas as coisas, e sua palavra não pode falhar. E se a Bíblia diz que Ele
reinará até que o Reino de Deus seja estabelecido, logo assim será. E é nisso
que temos que colocar a nossa fé. Ou isso ocorrerá como dizem as escrituras ou
a Bíblia é uma falácia.
Ele dá fim às guerras
até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança, destrói os escudos
com fogo. "Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exaltado entre as
nações, serei exaltado na terra. "
(Salmo 46)
Batam palmas, vocês,
todos os povos; aclamem a Deus com cantos de alegria. Pois o Senhor Altíssimo é
temível, é o grande Rei sobre toda a terra!
Ele subjugou as nações ao nosso poder, os povos colocou debaixo de nossos
pés, e escolheu para nós a nossa herança, o orgulho de Jacó, a quem amou. Deus
subiu em meio a gritos de alegria; o Senhor, em meio ao som de trombetas.
Ofereçam música a Deus, cantem louvores! Ofereçam música ao nosso Rei, cantem
louvores! Pois Deus é o rei de toda a
terra; cantem louvores com harmonia e arte. Deus reina sobre as nações; Deus
está assentado em seu santo trono. Os soberanos das nações se juntam ao povo do
Deus de Abraão, pois os governantes da terra pertencem a Deus; ele é
soberanamente exaltado. (Salmo 47)
Pois o mundo é meu, e
tudo o que nele existe (Salmo 50:12b)
Exultem e cantem de
alegria as nações, pois governas os povos com justiça e guias as nações na
terra. (Salmo 67:4)
Floresçam os justos nos
dias do rei, e haja grande prosperidade enquanto durar a lua. Governe ele de
mar a mar e desde o rio Eufrates até os confins da terra. Inclinem-se diante
dele as tribos do deserto, e os seus inimigos lambam o pó. Que os reis de
Társis e das regiões litorâneas lhe tragam tributo; os reis de Sabá e de Sebá
lhe ofereçam presentes. Inclinem-se diante dele todos os reis, e sirvam-no
todas as nações. (Salmo 72)
Destruirei o poder de
todos os ímpios, mas o poder dos justos aumentará. (Salmo 75)
Todas as nações que tu
formaste virão e te adorarão, Senhor, glorificarão o teu nome. (Salmo 86)
Voltará a haver justiça
nos julgamentos, e todos os retos de coração a seguirão. (Salmo 94)
O Senhor disse ao meu
Senhor: "Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um
estrado para os teus pés". O Senhor
estenderá o cetro de teu poder desde Sião, e dominarás sobre os teus inimigos! (Salmo 110)
O cetro dos ímpios não
prevalecerá sobre a terra dada aos justos, se assim fosse, até os justos
praticariam a injustiça. (Salmo 125)
Todos os reis da terra
te renderão graças, Senhor, pois saberão das tuas promessas. Celebrarão os feitos do Senhor, pois grande é
a glória do Senhor!
(Salmo 138)
Quantas provas mais os crentes precisarão ver pra se renderem
a promessa do Senhorio de Cristo e perceberem que Deus pode trazer vida a um
vale de ossos secos quando lhe apraz?
É senso comum entre os Reformados de linha presbiteriana que
já vivemos no milênio (alegórico), período que foi inaugurado com a
ressurreição de Cristo, inicio do Reino Messiânico. Cremos que Satanás está “em
correntes” com poder reduzido. Será que nem assim Cristo poderá vencer o mal? A
verdadeira resposta é que Cristo venceu. E querem eles queiram ou não o
evangelho conquistará cada canto desse planeta, de mar a mar ele reinará, e as
nações se curvarão a ele.
Finalizo com duas frases para reflexão:
“Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da
existência humana sobre o qual Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: é
meu!” ( Abraham Kuyper)
“Nossa Doutrina, porém, sublime acima de toda glória do
mundo, invicta acima de todo poder, importa que seja enaltecida, pois não é
nossa, mas do Deus vivo e de seu Cristo, a quem o Pai constituiu Rei, para que
Domine de mar a mar e desde os rios até os confins do orbe das Terras (Sl 72:8;
72:7). E De tal forma, em verdade, deve ele imperar, que, percutida só pela
vara de sua boca, a TERRA toda, com seu poder de ferro e bronze, com seu
resplendor de ouro e prata, ele a despedaçará como se outra coisa não fosse
senão diminutos vasos de oleiro, na exata medida em que os profetas vaticinam
acerca da magnificência de seu REINO (Dn 2.32-35; Is 11.4; Sl 2.9)” (João
Calvino).