por Átila Calumby.
Diz um ditado popular que: “a única certeza que temos desse mundo é que não sairemos dele vivo”! Essa afirmação costumeira nos leva a um dos grandes dilemas da humanidade, que é: existe vida após a morte?
Existem milhares de “teorias” que tentam de alguma forma explicar essa questão, desde os mais céticos, aos mais românticos e poéticos. No entanto, nossa prioridade é sempre consultar o que o próprio Deus nos diz a cerca disso, e sem dúvida alguma, é nas Sagradas Escrituras que encontraremos essa resposta.
É preciso lembrar que Deus criou o homem e o colocou numa terra perfeita, sem doenças e sem pecados, onde tudo era bom. O homem por sua vez, preferiu se rebelar contra o mandamento divino optando pelo pecado em vez da obediência. Veio então a queda do homem gerando a morte! (Gn. 03). Esse ato trouxe conseqüências devastadoras para a humanidade, o homem separou-se de Deus e sua natureza se corrompeu totalmente impedindo-o de voltar-se para Deus por sua livre-escolha (Rm 3:23; Ecl 7:20). Estávamos assim escravizados pelo pecado e condenados a voltar ao pó de onde viemos (Gn 3:19; Ecl 3:20).
Durante a criação do homem, Deus usou dois elementos fundamentais para a nossa formação, um temporal (pó da terra) e outro atemporal (fôlego da vida). Nessa junção dicotômica foi criado o homem, uma alma vivente (Gn 2). Mas se a carne voltará ao pó, para aonde irá nossa alma?
Cristo nos ensina uma parábola que simboliza justamente esse estado pós-morte (Lc 16:19-31). Duas pessoas morrem e aparecem “conscientes” num outro lugar, e lá percebemos dois lugares bem distintos, um de angustia e sofrimento, e o outro comparado ao seio de um pai, um lugar de conforto. A Bíblia nessa parábola nos mostra que após a morte o homem partirá para uma espécie de mundo dos mortos (hades).
Tendo isso em mente podemos agora saber que existem basicamente dois caminhos após a morte, um que leva ao lugar do sofrimento da alma, e o outro ao conforto da alma.
Mas pelo texto, o único modo pelo qual conseguiremos alcançar o lugar de conforto, é nos arrependendo através de ouvir o que “Abraão” chama de “Moisés (Lei) e os Profetas”, ou seja, o Evangelho da Glória e Graça de Deus. A Lei e os Profetas apontam para o Cristo, aquele que é “o caminho, a verdade e a vida”.
É unicamente pela fé graciosa no Messias (Jesus), algo que não vem de nós, mas de Deus, é que teremos acesso a esse lugar de descanso, não importa a quantidade de obras que você faça aqui, pois é impossível ao homem salvar-se a si mesmo. O evangelho é muito claro quando diz que: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9) e em outro lugar diz: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4:1). Sem Cristo como condutor ao paraíso, só restará o tormento e a angústia eterna. Estreita é a porta que leva a salvação... Cristo é essa porta estreita!
A Bíblia chama esse estado de primeira morte. A primeira morte nos conduzirá a este lugar onde os que morrem com e sem Cristo aguardarão o grande dia. Este é um lugar intermediário que ficaremos até o dia do juízo, onde os que morreram em Cristo ressuscitarão para a glória eterna, e os que morreram sem Cristo padecerão tormentos eternos. Estes que morreram sem Cristo padecerão no dia do juízo a chamada segunda morte!
Sobre o estado de primeira morte, é bom termos em mente que para os Cristãos, a morte é lucro, uma grande benção e não uma maldição. O Apóstolo Paulo diz: “Temos, pois, confiança e preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor” (2Co 5.8). Caso continue vivendo no corpo, terei fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher! Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fp 1.21-23).
O Apóstolo nos informa que o crente confiado na obra de seu Salvador Jesus Cristo, não tem medo do que possa lhe acontecer após a morte, mas deseja partir para estar com seu Senhor, portanto, nós não precisamos ter receio da morte, porque a Escritura nos garante que nem mesmo a morte “será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.39; cf. Sl 23.4). De fato, Jesus morreu para libertar “aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Hb 2.15).
O estado do crente depois da morte é diferente e melhor do que o experimentado nesta vida, embora ainda não seja tão bom quanto será na ressurreição final. No estado intermediário iremos experimentar a continuação da existência pessoal e consciente na presença de Cristo.
A morte trará ao crente um descanso para sua alma e a Bíblia freqüentemente refere-se a esse estado como “sono”. Porém, esse eufemismo não diz que estaremos dormindo após a morte, pelo contrario, ele apenas nos mostra que finalmente descansaremos do sofrimento dessa vida, mas totalmente conscientes e com Cristo no paraíso.
Em suma, a provação da humanidade termina com a morte, após ela, não há mais nenhuma chance ou esperança de salvação. Para o crente, a morte é a emancipação imediata dos conflitos e problemas desta vida, quando então entraremos num estado temporário, mas já gozando de uma eterna bem-aventurança.
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