sábado, 4 de fevereiro de 2012

Entre o Teísmo Aberto e o “Teísmo Obtuso”


Por Mary Schultze 

Acabei de ler um texto do escritor René Kivitz - “Os Pastores Feiticeiros e seu Evangelho Pagão” e devo admitir que ele tenha, pelo menos, 50% de razão no que escreveu.
      
Infelizmente, porém, os outros 50% deixaram-me triste, porque, de duas uma: ou eu sou uma tremenda incompetente no conhecimento bíblico ou o Kivitz apostatou da fé cristã, desde que fez cursos de Teologia nos States.
         
Essa estória de ”Teísmo Aberto” não me convence. Ou a Bíblia fala 100% a verdade e, portanto, não pode nem deve ser contestada,  ou então ela é um livro religioso, igual ao Alcorão, ao Livro de Mórmon e aos outros livros de seitas, que usam 50% de verdade e engolem os outros 50%, visando o benefício das seitas.
         
Não estou negando a enorme cultura  teológica do Kivitz, mas simplesmente apelando à declaração de Paulo, na 1Coríntios 1:23-31: 

“Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.  Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor”.
        
Isso não quer dizer que eu seja tão culta e inteligente como o Kivitz (o qual maneja lindamente o Vernáculo); mas sou fundamentalmente bíblica, pois creio em cada palavra da Bíblia, de Gênesis 1:1 até o Apocalipse 22:21. Mesmo porque se eu duvidar de uma palavrinha do Livro Santo, vou começar a duvidar do livro inteiro, como,  provavelmente, é o caso do Kivitz.
        
 Que ele critique o ritualismo católico e pentecostal, o purgatório, as indulgências, as curas miraculosas, os falsos milagres financiados pelos ignorantes bíblicos, enfim, “os pastores feiticeiros”, eu até admito... MAS, colocar todas as práticas evangélicas  no mesmo balaio de gatos, é um exagero! Ele afirma que Deus não se preocupa com a Sua obra e isso, para a minha cabeça chata é difícil de entender!
        
A ideia de que Deus gosta de cantar, lá no Céu: “Tô nem aí!”, enquanto olha multidões de anjos totalmente desocupados, não me convence. Em Hebreus 1:14,  lemos o seguinte, referindo-se aos anjos: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”
        
Ora, se “respeitada a lógica” cristã, Deus colocou legiões de anjos ministrando aos que O conhecem, por que iria Ele ficar se embalando numa rede nordestina, sem dar a mínima ao sofrimento de Suas criaturas? Nesse caso, Ele não seria o Deus da Bíblia, mas um “deus” sádico. Tão “sádico” que enviou o próprio Filho para morrer por um bando de pecadores, que só merecem condenação e inferno! Seria esta a lógica dos “abertos”.
         
Tenho certeza de que o irmão Kivitz ama sua esposa e filhos; portanto, deve estar sempre cuidando deles, preocupado com o seu bem-estar e evitando o mínimo de desgosto que eles possam ter. Nesse caso, será que ele é mais amoroso do que Deus, em relação aos Seus filhos? Ou, no final das contas, “Não há Deus”, conforme o Kivitz e os néscios do Salmo 53:1 afirmam? Quem nega uma vírgula sequer da Bíblia, acaba entrando numa tremenda contradição teológica! A Bíblia é TUDO, para os que crêem na divindade de Cristo, ou NADA, para os liberais!
        
 Eu gostaria muito de ter a mesma cultura do Kivitz, a fim de aproveitá-la totalmente na pregação do Evangelho e nunca na negação do mesmo. Quem sabe, um dia, este erudito em teísmo aberto não vai me enfrentar por aí, afirmando o que o meu “teísmo obtuso” é obsoleto, tolo e ridículo, enquanto o dele é que vale a pena ser seguido? Mas, entre o Kivitz e o Apóstolo Paulo, meu grande herói, vou continuar fidelíssima a Paulo, até o meu último suspiro!